segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Alomorfia ou Taxonomia da Dor II (Prolegômenos)


Resposta nº 1
Escrever também requer um pouco de ver-se a certa distância. Cálculo burlado na linha fria do não-dizer fadado ao acerto de um choque térmico.
Resposta nº 2:
Experimentar perder o fôlego enfiando a cabeça no aquário do loft é um ato conceitual, não? Observe que Kant se ausenta momentaneamente da aspereza insólita do objeto moderno.
Vidro, água e uma cabeça que observa peixes ao contrário, tão caro, o sangue coagula sais de banho. Um ser humano com ardor no globo ocular, calculando a própria manifestação do sentir em devaneio torto. Uma pariação retrógada com cheiro de sardinha no ecrã da realidade factual.


Resposta nº 3
A dor para passar de estado emocional, pura sensação, deve ser tomada não mais nesta condição e sim como uma palavra, morfema "rarefeito" em estado puro, ou seja, se necessário, ausente.


7 comentários:

  1. Escrever requer uma distância que não quer se assumir enquanto distância.

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  2. Muito agradecido pelo comentário. Devido ao vasto vocabulário e à densidade das palavras, não sei que mais dizer. Que mais notícias dar. Um abraço de mar, suficiente será?

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  3. a taxonomia da dor...
    conheça-se a vida e a escrita; assim, nenhuma categoria de gozo-e-dor haveria de escapar à mão do investigador.
    abraço!

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  4. Porque no fim, das contas que se faz da escrita, as sobras do que se encontra estão nos sentidos, nos sentimentos ou na imaginação... OU será tudo?!
    Porque no fim, das contas que não se faz da escrita, a gente escorre pelos dedos, em cada riso ensaiado, em cada choro afobado..
    No fim dos fins, que se faz da escrita, a gente faz o que é necessário.

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  5. Avohai Avohai Sr. Borges...
    No que lá ficastes, aqui me deixo mais uma vez...
    E ficarei tantas outras, quantas me permitirem o desejo e vossas palavras...
    Me deixo rente a doçura que fizestes de tuas palavras lá, e curvada as enigmáticas palavras que vejo aqui, a literatura que prezo...

    Deixo pois, um abraço terno!

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  6. Escrever é recriar-se. É também matar-se algumas vezes, pra depois nascer o mesmo, ou outro.
    Obrigada pela visita.

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