terça-feira, 27 de setembro de 2011

O Biltre Diante do Anjo


Frente ao gatuno nas ruas da cidade gasta
Entre pessoas incomodadas com sua guisa
Da pessoa maculada e de melancolia rasa
Surge uma figura de bela esperança viva

Qual ciência estava além de sua perspectiva
O olhar piramidal do anjo a que nada escapa
Inquiria o magano por que sua antiga vida
Passava a sua frente sem deixar-lhe nada

Absorto ficou ao ver olhos tão destemidos
Longe de delatar-se um homem sem pudor
Na lente de sua face ardiam os cristalinos
Pela luz augural de profecia e de amor
Por um instante perdia a alma de felino
Noutro desejava voltar ao seu vil lavor
Tal o dom celestial daquela doce criança
Que em si todo o encanto provocava temor
No seu caminho desenhou uma nova aliança.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A sacia e o desejo


A sacia e o desejo
Dois convites para um beijo
Descubro após horas procurando
Como alguém que se extasia
O labor da palavra
Lasciva e quente
A escorrer entre dentes
De uma pessoa
Sedenta da forma
O sem-pudor das linhas não gastas
Passando pelas arestas
De carne, suor, repetidos atos
De um texto-textura-tecitura para além dos corpos
Prontos, ficamos todos, enlaçados nas ondas pós-prazer do teu reggae gostoso...