quinta-feira, 28 de julho de 2011

Quinta Vá-lendo Cultura I: Manifesto "Eu faço"

Eu faço poesia para desabafar,
Para meu contentamento,
Para meu desencanto e meu acalanto.
Faço poesia para que não me torne mais ignorante do que sou e para que não seja degradante diante dos sonhos.
Eu faço poesia para desestabilizar o sentimento humano,
Para purificar espíritos e festilizar razões.
Eu faço poesia para os pobres de espírito,
Para que o significado de cada palavra ultrapasse sua imbecilidade.
Eu faço poesia para o analfabeto,
Para que este ao escutar um poema,
Produzido por uma voz lúcida de um louco qualquer em um desses bares da vida,
Ele possa acalmar sua ignorância.
Eu faço poesia para aqueles que de uma forma mesquinha tentam assassinar nosso vocábulo.
Eu faço poesia de tudo,
Em todo lugar e o tempo todo,
Eu faço poesia para esse e pra'quele,
Sem distinção de cor e credo porque acredito que a vida deva ser bem dita ou Bendita,
Eu faço poesia pra ser confundido com criatura e criado.
Eu faço poesia contra os pensamentos medíocres,
Porque são neles que estamos mortos,
Eu faço poesia pra morrer feliz e pra morrer melhor,
Porque ela serve como ópio,
Eu faço poesia porque acredito que a vida sem poesia não é vida,
Eu faço poesia e tem gente que não faz,
Mas para me escutar e isso pra mim é imprescindível.
[Lacerda, Manifesto (in) Completo "Eu faço" in PERSONA'RTE. Iustração: Sr.Borges]

Um comentário:

  1. Meu amigo, queria ter espírito tão puro e doce quanto o teu.
    Hoje as crianças sorriem e se encantam com você. Amanhã não sei quem as fará assim.
    Que tudo isso dure bastante.

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