Já não conseguia entender todos os teus sinais.
Retardo...
As paralelas decrescentes daquelas alamedas mostram-me tão torpe, mesmo, (“- Eu nu queria soprar, talvez rir o verniz no sorriso daquela corretora de pequenos imóveis, imóvel, cada álamo - uma salicácea oval perdida de mim”) quase não notara a igreja de um novo evangelho. E um cão passa ladrando...
Os fios de luz emaranham-se com os da rede telefônica torcida, tensionada, como as vozes perdidas no barulho da fábrica de tecido.
Trânsito congestionado.
Me divido; sua rua não traz sorte a mais ninguém.
Quem vagueia se perde em meio aos corpos infelizes e solitários que por ali consomem-se.
No fino trapo a dor nos olhos que o padeiro carrega, amiúde, cada sonho seu, qual a costura que se misturam cozimentos e sonhos de que sua esposa engravide: esperança.
Ao lado do prédio público (uma Prefeitura de funcionários entretidos com os números da sociedade) a funerária “Salve: Sua melhor despedida” empilha seus féretros atrapalhando na calçada a fila de apostadores que depositam toda sua sorte na urna da casa lotérica que se segue a dez metros dali. Garotos despedem-se da infância reparando algumas bicicletas por menos de um níquel. Esses são os novos pedintes de gerações que continuam a adaptar-se para obter êxito.
A garoa que cai silenciosamente a tarde não afasta quem toma as doses de soluções pouco prováveis daquele conhecido boteco: uma tragada, nada mais...! Alguém se aproxima: “- Pô, mano, descola umas moedas só pra ‘intera’ de uma parada?” Mais um viciado conhecido.
A obsequiosidade do poeta poetizando o que nada existe. Eita desse mundo sensível... sem apologia ao mundo inteligível.
ResponderExcluirp.s. Enxergue minha mão, estenda a sua. São apelos diante do nascimento de eros e sua miséria.
Aos poucos e prazeres funestos. Pedras rolando para cima. O clima nunca mais vai ser ameno. A menos, é claro, que todos nos deliciemos desse delírio impúdico: o poeta e seu vício... à mão.
ResponderExcluiresquecidos de si, entregues a poesia à mão... ou esquecidos são os outros? Sei, a dúvida não é pertinente, nem a certeza, nada então...
ResponderExcluirO cotidiano desgastado...
ResponderExcluir=*
desde então, desde lida suas considerações, desde ontonte, tenho andando por ai não num ato exercício, mas num exercicio de saber andar e ver... ontem tudo era intensamente sentido, com todas as possiblidades... hoje só o sexto sentido se manifesta... é falho.
ResponderExcluirAs 6:00 horas, e nem um minuto a mais, te espero
ResponderExcluircom uma rosa branca e o coração na mão.
Se te pego terra, semeio. Se chover, derramo.
Canta comigo canções de cais, de mar; logo vou ancorar em teu porto.
ResponderExcluirQue rouco tentarei expressar o porquê de minha demora.
Que quando a chuva da saudade caía as Ilhas de kalyptō encobriam minha vista já tão cansada.
"Nunca mais" é um veste escuro que não queremos. Contrasta com aquela forma clara por mim tão desejada.
Simplesmente lindo.Fiquei aqui a imaginar cada cena como um filme, como a vida real...
ResponderExcluirA gostei muito dos teus comentários nos blogs..
Obrigada por seguir, também estou te seguindo...
=)
Gostei, me lembrou um pouco Machado de Assis. Continua escrevendo, quem sabe contos...
ResponderExcluirBrigada pelas palavras no meu blog! Tu escreves muito bem.
Beijos,
Leila.
www.leilakruger.com.br
O silêncio da garoa
ResponderExcluirsempre traz
velhos viciados.
em estado absorto...
ResponderExcluirBelas palavras, Sr Borges
ResponderExcluirÓtimo Blog
Só há algo errado com o nome... Eu colocaria "Geniário"
A que espera vaguea vacilante buscando por aquele que promete. Chegue sem acordar os cães e, como se já não estivesse aqui, deite-se em meu colo que é seu.
ResponderExcluirConsegui me enxergar dentro do contexto do universo descrito nesse texto.
ResponderExcluirFazer o outro viajar sem sair do lugar é ARTE.
Parabéns!