Insana Manhã
cansar e entardecer
eis que de manhã
a manha ganha força...
Traum
devir anímico para além do ser...
Tragédia Aviculturista
da visita breve de um Suí
estupefato
penugens de um Sassariqueiro
calo na garganta
que Andorinha lampeja à tarde?
leva erva daninha
sulamérica daqui
trópico tropical
mal a secar Beliscões
no Urubú do Ver-o-pêso
de eurrítmica plurística
o Bem-te-ví já bem esposto
no cabo de alta-tensão
tragédia aviculturista.
Dante Exausto
"... cansado do peso
da (minha) cabeça"
do jogo linguístico
e, mesmo elas:
as palavras,
versam, tramam
como algozes
o nosso desfecho
Celibatários
a mesma dama de vermelho
da espera impaciente
onde cada olhar independente
remonta o mesmo enredo
e desperta nas nove gentes
o desejo, o olor e o medo
no atraso frente ao espelho
se guardo sentimentos perenes
Outdoors
um poema nascido da dor
ou da angústia pálida
palavras-nuvens-áridas
assolam a alma do autor
peso hermético da coisa
do objeto-ser no mundo
presença sem ter assunto
verso duro de uma glosa
morre a flor, o ser só
seu nome e o nome da moça
evaporam de um outdoor
Como Michelangelo Pecou Naquele Teto
já Rembrandt tentara extrair luzes das sombras e
como erro de um Deus findou em ceder sombras à luz
Uma Vez
Me fiz sr. para me expor em extrema latêncía
(perceba a redundància), própria de uma pessoa - qual o deleite e o prazer - a praiar manias.
"Minha areia sem teus pés nus
quase no te quis só para mim
fiz da paisagem essa Bruma
já que não estás ao meu lado
e estando o mesmo, enfim"
Nada
revelada ou velada, a palavra em suma apresentação
no devir da coisa, a verdade não alcançada
onde 2 não é nada
longe a proposição de um signo
da forma expressa, escrita ou impressa
dizer apenas como a coisa é
de manhã entardeço, como disse o poeta, mas aqui os amanhecimentos alumbram,
ResponderExcluirabraço
Sr. Borges
ResponderExcluirEste blog é inspirador.
Agrada-me toda a inteligência e referências contidas nele.
Aqui recostada num canto negro, canta n'alma esses versos de aflição. Da janela que vejo-te, enganosa avantesma. Se é absinto tuas palavras, já sou morta pela Fée Verte... e meus sentidos são prontos, basta que estendas a mão.
ResponderExcluir_esperanto
onde recosto-me...
ResponderExcluirporque não se trata de pergunta nem ao menos de conclusão, longe agradar a própria moldura que me aprisiona. de jejum a me ferir o estômago, tal a falta que Um filho faz e uma mulher que vê espectros verdes. L'oiseau bleu canta em meu ouvido nova poesia a escorrer por meus dedos, minhas mãos?
A falta que O filho faz, uma ausência de nós que parte errante, sofre independente... condenados a esta vida, à liberdade? E ainda achamos beleza nela...
Excluir_esperanto
entre luzes e sombras, lá onde as veias dos mortos se estendem até à autoestrada das veias dos vivos, como se o sangue vertido ao peito coagulasse na boca, antes do poema-vida e de toda a respiração.
ResponderExcluirgrande! grande!
abraço!
Adoro essa breve poesia
ResponderExcluirque encharca a alma com o muito.
Flores e
até.
Esse passarinhar ecoa cantos, gozos e tragédias...
ResponderExcluirLindo!