terça-feira, 18 de setembro de 2012

A Dona dos Olhares


 

A visão inspira a dona que admira o espelho
Batom vermelho, cílios negros; segredo e rímel
Contrastando com a íris de leve tom castanho


Em seu rosto, desenho de curvas para um beijo
Um sorriso fabricado sob medida, ao seu nível
Sensualidade que se ajusta ao desejo e tamanho

Quem arruma toda forma que veste essa moça?

Sai de casa e desafia o Sol a lhe dourar a pele
Como quem nasce da luz e alimenta-se da mesma
Surge à tarde entre os olhares curiosos da esquina

No transeunte, no estudante, na doçura do moleque
Nas garotas que se intrigam com sua roupa e beleza
Nada além de suas bolsas e pulseiras de menina

Onde há ar tão puro que não falta nessa moça?

Quando o vento em seu cabelo desflora as retinas
Como um sonho que confunde o poeta mais doce
Se escreve sobre a ninfa ou navega em seus mares?

Que público elegeria a menina para ser sua rainha?
Capaz de mudar o tempo sem nunca perder a pose
No espelho, no Sol, nos mares, a dona dos olhares


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