quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

As Mirtáceas Naquela Alameda

          Já não conseguia entender todos os teus sinais.
       Retardo...

      As paralelas decrescentes daquelas alamedas mostram-me tão torpe, mesmo, (“- Eu nu queria soprar, talvez rir o verniz no sorriso daquela corretora de pequenos imóveis, imóvel, cada álamo - uma salicácea oval perdida de mim”) quase não notara a igreja de um novo evangelho. E um cão passa ladrando...
      Os fios de luz emaranham-se com os da rede telefônica torcida, tensionada, como as vozes perdidas no barulho da fábrica de tecido.
      Trânsito congestionado.
      Me divido; sua rua não traz sorte a mais ninguém.
      Quem vagueia se perde em meio aos corpos infelizes e solitários que por ali consomem-se.
      No fino trapo a dor nos olhos que o padeiro carrega, amiúde, cada sonho seu, qual a costura que se misturam cozimentos e sonhos de que sua esposa engravide: esperança.
      Ao lado do prédio público (uma Prefeitura de funcionários entretidos com os números da sociedade) a funerária “Salve: Sua melhor despedida” empilha seus féretros atrapalhando na calçada a fila de apostadores que depositam toda sua sorte na urna da casa lotérica que se segue a dez metros dali. Garotos despedem-se da infância reparando algumas bicicletas por menos de um níquel. Esses são os novos pedintes de gerações que continuam a adaptar-se para obter êxito.
      A garoa que cai silenciosamente a tarde não afasta quem toma as doses de soluções pouco prováveis daquele conhecido boteco: uma tragada, nada mais...! Alguém se aproxima: “- Pô, mano, descola umas moedas só pra ‘intera’ de uma parada?” Mais um viciado conhecido.