quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Lendo Leila

Ela é  tão vertical como a árvore naquele bosque
Deslizando os dedos sobre linhas feitas de nylon
Seu  diário virtual são matizes de Lorde Byron
Flores albas desafiando Hegel em suaves toques

Da varanda vê- se um prédio, que embora triste
Viraria gentes a recortar o céu que é sua alma
Em versos, lados da  rua, como a mão, a palma
A mesma que tomara o violão e tocara o uísque

O olhar nunca se perde, sempre fita curioso algo
Paisagens, alimento interior ou fímbrias do belo
Na camada afetiva da mente as pedras criam elo
São a mesma sépia nos olhos que as tornaram alvo

A pele nua que veste cada parte vital do seu corpo
Contrasta o veste escuro com aquela forma clara
Transborda o desejo intenso de uma escritora rara
Como uma chuva em véus desnudando os morros

Quando escrever para os outros em poesia e prosa
Torna-se o fardo árduo de quem precisa ser ativa
Se ouve a dor do mundo ecoar do peito da artista
Cujos lábios ensaiam as mais sedutoras respostas
...

Leila morrerá de amor, de amor por ser honrosa.  

3 comentários:

  1. Belo poema! Parabéns!

    O destino de todas as Leilas talvez seja morrer de amor (e de todas as Marias, Joanas, Marianas...). Às vezes se morre para poder ressurgir mais alta, mais forte e mais graúda, como um coqueiro na praia deserta. (Retorno de Mim) Coqueiros regados de mar - de infinito, de mergulho, de mistério intocável...

    Beijos.

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  2. Sua percepção me assombra! Inquieto, és um empinador de letras. Poeta!

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