terça-feira, 27 de setembro de 2011

O Biltre Diante do Anjo


Frente ao gatuno nas ruas da cidade gasta
Entre pessoas incomodadas com sua guisa
Da pessoa maculada e de melancolia rasa
Surge uma figura de bela esperança viva

Qual ciência estava além de sua perspectiva
O olhar piramidal do anjo a que nada escapa
Inquiria o magano por que sua antiga vida
Passava a sua frente sem deixar-lhe nada

Absorto ficou ao ver olhos tão destemidos
Longe de delatar-se um homem sem pudor
Na lente de sua face ardiam os cristalinos
Pela luz augural de profecia e de amor
Por um instante perdia a alma de felino
Noutro desejava voltar ao seu vil lavor
Tal o dom celestial daquela doce criança
Que em si todo o encanto provocava temor
No seu caminho desenhou uma nova aliança.

4 comentários:

  1. Nenhuma persuadirá a outra, por motivo de serem diferentes ambas se aceitarão... rsrsrs cada uma em sua passagem.. em seu destino..!

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  2. Ladrão X Anjo: quem persuadirá quem? Duas "razões” diferentes de existir...duas passagens.

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  3. Adorei a ambientação poetica [ruas da cidade gasta entre pessoas incomodadas]. Muito bom! E a ambiguidade dos sentimentos... bom trabalho!
    Linda tbm a poesia que deixou no blog! Sr Borges, voce me arrancou suspiros!!! :D

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  4. Pelo prazer compartilhado, trocas mais que justas. O mínimo que posso compartilhar contigo, Paula Kelsch?

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